A lavadeira

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Também ganhei um texto!

Chegou na minha caixa esse texto de um amigo querido que nãoo vejo pessoalmente há muito tempo e que acompanha, de uma forma ou de outra, minhas "aventuras" pela vida.
Ele me mandou esse texto dizendo:
"Cá, 
Andei pensando e essa deve ser a sensação de alguém que te perde.
Ainda bem que te tenho sempre como amiga. Não suportaria viver nem por meio minuto tudo o que pensei que alguém pode viver por uma vida sem você depois de ter de conhecido.
Abraços..."
Obrigada, querido!

E agora que ela foi embora?
Que ela fechou a porta, mudou de casa, de telefone, de emprego, de vida?
Quanto tempo vai demorar para descobrirem sobre ela? Sobre as milhões de complexidades que fazem parte daquela cabeça, daquele corpo pequeno que abriga tantas contradições, que é tão frágil e ao mesmo tempo tão forte?
Quem vai descobrir que ela é do tipo de mulher que se ganha com um papel de bala?
Que uma jóia dada de presente, sem um cartão, não é nada além de uma jóia qualquer que ela mesma poderia ter comprado pra si própria?
Que ela chora. Muito. Até em propaganda institucional.
Que, quando ela chora, ela não gosta de ser abraçada.
Que as maiores lições da sua vida ela aprendeu num livro de criança.
Que ela chorou lendo O Pequeno Príncipe no ônibus.
Que ela gosta de dormir com os pés enroscados, apesar de não suportar a tal da conchinha.
Que ela gosta de se sentir segura.
Que tem medo de altura, mas adora montanha russa.
Que queria ser bailarina.
Que queria ser redatora.
Que ela toma florais.
Que ela gosta de pertencer.
Que ela só tem de meiguinha, a cara. De princesinha, o porte. 
Que ela não faz o tipo mulherzinha.
Que ela odeia bancar a vítima.
Que ela é guerreira demais, trabalha demais, é mãe demais, ama demais.
Que ela é a definição do superlativo.
Que ela ama a família antes que qualquer coisa, pessoa, lugar ou animal.
Que ela é a criatura mais especial que o mundo já viu.
Porque ela é ela desde o princípio. Linda, inteligente, doidinha, dócil, brava, severa, séria. 
E agora ela foi embora. Está só na vida. Andando por outros caminhos que eu não conheço, onde não tenho acesso, para onde não posso correr para segurá-la.
Mas ela sempre foi pássaro livre. Engaiolada ela morre, perde as penas, as cores, a alegria.
Eu sei que ela lutou o quanto pôde. Que ela tentou ficar. 
O problema é que eu sempre achei que ela nunca iria. 
Ela persiste em tudo nessa vida. Ela vai até a última gota de sangue pra fazer qualquer coisa dar certo. Mas se não dá, ela é mulher pra desistir e ir embora. Não se sente derrotada, não se sente perdedora. Ela tem certeza, ciência das coisas que faz. Eu queria essa ciência pra mim, mas não tenho. Agora nem a minha, nem a dela.
Vai, moça. Vai pela vida. Procure suas novas batalhas pra travar, seus novos sonhos pra sonhar.
Toda a sua felicidade é merecida e você foi feita uma pessoa pra se amar.
Como eu não soube te dar amor, me resta agora a imensa dor de conviver com a sua partida.
Sabendo que essa passagem você comprou só de ida.

Um comentário:

Deixa sua roupa quarando com a gente!!!